quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Adeus


Tenho dado adeus por tempos demais, sem nunca me deixar partir.
Tenho por insistência dito que o augúrio de minha dor é te ver sorrir sem minha causa.
Tenho te culpado por todos os meus erros, tenho errado em todos os argumentos.
Auto comiseração, a pena sempre pende para um lado da moeda.
A pena que vos escreve não mais levanta gotas do tinteiro de minha alma.
Tal qual um rio seco, no qual as pedras sofrem erosão.
Intempéries memoráveis que nunca mais retornarão.
Sanidade me abandona, tal qual sua presença.
Clamo por ti.
Choro por ti.
Meu clamor não tem voz.
Serei eu, meu próprio algoz.
Não diga adeus à minha vida.
Diga adeus aos pedaços de meu ser.
Pedaços que você, meu amado Sol, incandesceu em vapores!

terça-feira, 31 de maio de 2016

Outono da Alma

Tenho tentado escrever, mas você levou minha mente devagar, e aos poucos, a inspiração, como a caneta que perde sua tinta e se esvai nas mãos de um outro alguém.
Tenho tentado esquecer, mas a memória segue como um auspício, certificando-se de que a dor seja como uma torrente de mananciais que seguem o ciclo hidrográfico e nunca hão de secar.
Tenho esperado pelo calor do Sol - Meu Sol!
Mas heis que minhas folhas já caíram, o outono de minha vida chegou, e só me restam raízes retorcidas para o inverno abraçar.

sábado, 25 de abril de 2015

Eyes like oceans of love

Teus olhos... Teus mares castanho esverdeados... Me perco em teus olhos. Navego em teu ser, e me encontro dentro de ti... Eu, que tão perdido na vida, remava assim, sem rumo, me encontro em ti. Neste mar, avistei as terras, onde me ancorei. Onde quero ficar... Dentro dos teus olhos, dentro do teu mar... Eu encontro o meu lar.
Amo-te, sempre hei de te amar!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Domine Non Es Dignus

Lusco-fusco;
Meu teto se dissolve, balança ao sabor desta brisa seca veranil.
Nos dissabores da vida, te encontro perdida na constante da liberdade.
Olhe para nosso teto!
Encontra-me nas esquinas da vida;
Dança ao Universo.
Celebrando o caos metafísico que reside em viver.
Adeus você.
Adeus, meu Sol!
Você moveu mundos por mim... Agora eu sou poeira cósmica, um planeta que você, meu Sol, consumiu em chamas!
Adeus você...



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Heurt

Tem alguém aí?
Alguém que ouça meu clamor?
Alguém que conheça minha dor?
Salva-me!
Não consegues mais ver o vazio de meu olhar?
A súplica em meu chamar?
Deixaste minha vida vazia...
Torna-te à minha alma!
Imploro...
Ignora meu vazio, me deixe em torpor...
Larga a minha face ante o desespero
Prova do sabor, de me ver partir...
Ainda estás aí?



sábado, 15 de novembro de 2014

Celestial

Preexistência findada, ao infinito pesar.
Preencho a existência com a vaga essência do teu olhar...
Onde está o fulgor de tua alma vivaz?
Fazer-te feliz, não sou mais capaz?
Preenche minhas feridas, com dor
Sara minhas chagas de amor.
Fere minha alma com teu existir
Pois por amor, assim te faço permitir.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Doloris et amoris

Destroça. Troça
Valha-me em palavras, a dor da espada.
Transfixo em lamúria com o fio da navalha.
Alva, tua pele, embromada em sangue.
Sangue que verte aos borbotões.
Vide, minha vitae está abandonando suas aldravas.
Toma minha alma.
Minha essência rubra, verte por ti.
Assim como tua luz, que rebusca, ofusca.
Lusco-fusco.
Te vejo à dormir, um sono etéreo.
Pesado como nossos embates.
Dá-me paz! Necessito de ti!
Cede à minha loucura.
Peço-te; não dê vazão à minha loucura!
Encontra-me, estou dentro de tua morada.
Acalenta-me, minha amada.